FRASES QUE MARCAM

“Assim como as paixões, violentas ou não, jamais devem ser expressas de forma a produzir asco, a música ainda que nas situações mais terríveis, nunca deve ofender o ouvido, mas agradar; continuar a ser música enfim” (Wolfgang Amadeus Mozart).

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

JESUS: SENHOR E SALVADOR.

No natal o personagem mais lembrado e valorizado é Papai Noel, um personagem que nem existe e nunca existiu, pois a pessoa no qual ele é inspirado nunca teve o poder que a ele é atribuído. Onisciência, onipresença e onipotência são atributos que pertencem somente a Deus, e é o único que nos dá o maior presente que alguém pode receber: o perdão de nossos pecados e a vida eterna, através de Jesus Cristo, que abdcou da glória que vivia com o Pai, se fez carne, habitando entre nós, sofrendo açoites e morrendo numa cruz, nos tornando livres do inferno, lugar para onde todos merecemos ir por termos nos rebelado contra Deus.
Mas um dia todos nós estaremos diate de Deus, nos prostraremos e confessaremos que Jesus Cristo, e não papai noel, é o SENHOR, de acordo com o que lemos na carta do apóstolo Paulo aos Filipenses, observe que o texto diz: se dobre todo joelho, inclusive daqueles que nunca quiseram reconhecer o Seu senhorio, aqui na terra,
Reconheçamos Jesus como Salvador e Senhor ainda nessa vida pois "aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9.27).

"6. De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.
9 Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; 10 Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai.(Filipenses 2.6-11).


Umbelina Rodrigues de Sousa

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A MEDIDA DO AMOR DE DEUS


TEXTO: João 3.14-18

14. E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; 15. para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.
16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18. Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.

INTRODUÇÃO

 No evangelho de João encontramos o texto considerado por muitos como o texto áureo da Bíblia. João 3:16 é uma espécie de resumo daquilo que Deus planejou para nós na pessoa de Jesus; alguém o descreveu como “o evangelho numa casca de noz”, ou seja, o evangelho contido em poucas palavras.
Max Lucado fez a seguinte declaração sobre este versículo: João 3.16 é simples o bastante para não discutirmos, é grande o bastante para não entendermos, mas é profundo o bastante para nos explicar o maior e mais sublime plano de Deus para as nossas vidas.

QUAL A MEDIDA DO AMOR DE DEUS? (v. 16)

Muitos enfatizam o “de tal maneira” (no grego: assim, deste modo, a tal ponto, desta maneira), explicando que o amor de Deus é tão grande que muitas vezes não podemos mensurá-lo, o que não deixa de ser verdade, mas os versículos 14 e 15 apresentam um paralelismo com o versículo 16, ou seja, a ideia trabalhada no versículo 16 é a mesma trabalhada nos versículos 14 e 15, assim, podemos concluir que a medida do amor de Deus é a sua permissão ao sofrimento de Jesus Cristo, levando-o a ser levantado na cruz do calvário: assim importa que o Filho do homem seja levantado (v.14);
Vejamos o que diz Isaías 53.10: Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
Vejamos ainda 1 João 4:10-11: 10. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação (sacrifício) pelos nossos pecados. 11.  Amados se Deus de tal maneira (assim, desta maneira) nos amou, devemos nós também amar uns aos outros.
 Não é maravilhoso saber que Deus permitiu, e ainda lhe foi agradável, permitir o sofrimento do seu Filho, para garantir o perdão dos nossos pecados e a vida eterna.

A SERPENTE É UM O TIPO DE CRISTO (v.14-15).

A serpente de bronze sendo levantada em um poste no meio do acampamento de Israel é um tipo do Cristo, uma figura do Filho de Deus, que seria levantado na cruz. “Ser levantado(hypsoo) denota tanto ser levantado no espaço, como ser exaltado na gloria. Em João, o filho de Deus é glorificado sendo crucificado (8.28;12.23,32), a cruz onde ele foi erguido transformou-se na escada pela qual subiu a presença de Deus (João 1.51).
            Não havia poder terapêutico na serpente de bronze no deserto, tanto é, que quando os israelitas começaram a adorá-la o rei Ezequias a quebrou em pedaços (2 Reis 18.4). Foi a graça salvadora de Deus que curou os israelitas mordidos ao crerem e obedecerem à sua ordem. A máxima está na atitude de ouvir a ordem, crer e obedecer.
No filho de Deus que foi erguido, porém, há um poder terapêutico infinito, muito maior do que qualquer coisa experimentada pelos israelitas no deserto. Estes foram curados de uma doença física recebendo mais dias de vida sobre a terra. O Filho de Deus, porém, cura as enfermidades espirituais e garante vida eterna àqueles que olham para ele com fé. Os que põem a sua fé no Filho de Deus, Jesus, são resgatados da destruição e abençoados com a vida verdadeira, vida com abundancia (João10.10).
No Novo Testamento aparecem duas palavras no original grego para a palavra vida: zoê que significa vida eterna, vida da ressurreição; união com alguém que já ressuscitou; vida espiritual de libertação das penalidades próprias do pecado; é a própria vida de Deus que está no verbo eterno (a vida estava nele) e por ele é transmitida a todos os crentes e bios a qual significa vida, subsistência, manutenção, mercadoria, substância, víveres, sustento para viver bem (Marcos 12.44; 1 Pedro 4.2).  No texto objeto desse estudo encontramos a palavra zoê.
            O verbo deu está na 3ª pessoa singular do tempo verbal aoristo (exclusivo no grego), que é um indicativo ativo, e nos mostra que Deus deu seu Filho para nos dar vida e continua nos dando. Esse tempo verbal indica um ato continuo, no caso aqui em João 3.15-16 é um ato continuo de doação.

O FILHO DE DEUS/FILHO DO HOMEM É JESUS

João Batista testificou que o Filho de Deus é Jesus (João 1.32,34), aquele que andou entre as pessoas, de quem os fariseus disseram: “Donde lhe vem esta sabedoria, e estes poderes milagrosos? Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?” (Mateus 13.54-56).
Assim, Jesus sendo o Filho de Deus e tendo sido levantado na cruz do calvário se tornou o nosso Salvador (João 4.42). Ele é o caminho, a verdade e a vida (João 14.6), o Senhor e Cristo (Atos 2.36); Maravilhoso conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e príncipe da Paz (Isaías 9.6).
João apresenta Jesus como o Verbo (Logos), por causa da atitude de alguns filósofos da época os quais entendiam que o logos estava no princípio, para eles o logos era uma força ativa. João mostra que a divindade em quem os filósofos criam é um Deus pessoal e relacional: as expressões de João 1.1: “estava com Deus”, dá a ideia de unidade, estar junto, a mesma força e autoridade e “era Deus mostra que Jesus é preexistente, ele é Deus, a fonte e a razão de tudo existir.
Através do grande amor de Deus revelado a nós seu Filho se tornou o nosso mediador eficaz. Assim o amor de Deus: não faz acepção de pessoas (Mateus 5.43-45); não procura circunstância (Lucas 23.42,43); é sem medida (Lucas 23.34); nos elegeu (1 João 3.1); nos trouxe a fé (1 João 4.19); dá a vida eterna (João 3.16).
O evangelho da salvação e da vida tem sua origem no amor de Deus.

JESUS VEIO PARA SALVAR E NÃO PARA JULGAR (v 17-18).

A pessoa que despreza Cristo julga a si mesmo e não a Cristo, ela não precisa esperar até o dia do julgamento, o veredito sobre ele já foi pronunciado. Sem duvida haverá um dia de julgamento final (João 5.26-29), mas que servirá somente para confirmar o julgamento decidido (já está condenado).
O verso 18 deixa claro que Jesus, como Filho de Deus, é o marco definitivo que divide o mundo em os crentes e os incrédulos.


Obs. Estudo originado a partir de uma atividade realizada na aula de Grego, com a professora Rosa.


Umbelina Rodrigues de Sousa
- Estudante de Teologia -


"Louvarei ao Senhor porquanto me tem feito muito bem" (Salmo 13.6)

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O REINO DE DEUS NA TERRA: JÁ E AINDA NÃO


Seminário Teológico do Betel Brasileiro e Ação Evangélica
Curso: Superior em Teologia
Semestre: 2012.2
Disciplina: Teologia do Novo Testamento
Professor: Gildelânio da Silva
Aluna: Umbelina Rodrigues de Sousa


O REINO DE DEUS NA TERRA: JÁ E AINDA NÃO

INTRODUÇÃO

Deus preparou um povo para ser o berço do Messias. Esse povo foi ensinado a aguardar o cumprimento das profecias no tempo determinado por Deus. Os tempos passaram até que as profecias se cumprissem. No capítulo 2 do Livro do profeta Daniel encontramos o relato de um sonho que Nabucodonosor o rei da Babilônia teve e a sua interpretação dada por Deus a Daniel. Este sonho prediz a vinda de quatro reinos sendo o último deles o do império Romano. Daniel, no versículo 44, explica que durante os “dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído”.
Muitos anos depois aparece alguém pregando no deserto da Judéia, convidando o povo ao arrependimento e trazendo uma mensagem animadora, este é João Batista, que aparece pregando: “Arrependei-vos porque é chegado o reino dos céus” (Mt 3:2), deixando os seus ouvintes atônitos. Em Marcos 1:15, Jesus pregou dizendo, “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”, e foi mais longe anunciando claramente que o reino já estava presente em Seu ministério (Mt. 12.28), e ainda em Marcos 9:1 Jesus disse a alguns dos seus discípulos que eles não passariam pela morte antes de ver o reino de Deus chegar com poder.
Analisando os relatos do Novo Testamento, percebemos que Jesus construiu seu reino nos dias do governo romano. O apóstolo Paulo, ao falar dele mesmo e dos irmãos colossense, declarou: o Senhor “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl1:13). Pela forma como o verbo está conjugado o reino já existia e eles faziam parte dele quando Paulo escreveu a carta aos Colossenses, em Apocalipse João disse que ele é um irmão e companheiro dos irmãos das sete igrejas da Ásia no reino, ou seja, João estava no reino o que nos mostra que o reino já existia.
Surge então a pergunta? O que é o reino de Deus? Essa é uma questão que permeia a mente de muitos cristãos, não é uma questão fácil de respondê-la devido as transformações sociais e a constante mudança de comportamento observadas ao longo dos anos, provocadas por essas transformações, a desvalorização para com as coisas de Deus é visível, o que importa é o imediatismo, nesse contexto, como cristãos precisamos e devemos conhecer e entender o que Deus quer para nossas vidas e o que vem a ser este reino, que fora anunciado por Jesus, este sendo apresentado na Bíblia como o Rei dos reis. Assim, com o presente trabalho pretendo pesquisar e buscar entender um pouco sobre o que de fato é o Reino de Deus e as suas implicações na vida do Cristão e da sociedade.

JESUS E O REINO DE DEUS

Sobressai nos evangelhos a ênfase que Jesus Cristo deu ao reino de Deus, pois ele se referiu nada menos que 70 vezes, enquanto apenas duas vezes à Igreja. Por isso, um dos evangelhos é também conhecido como “o evangelho do reino”, expressão presente em quase todas as parábolas contadas pelo Senhor. Para um perfeito entendimento do reino no Novo Testamento é primordial que se considere a expressão que contenha a palavra “reino” à luz de seu respectivo contexto.
Reino de Deus, do hebraico “malkuthYawehh” e do grego “Basiléia tou Theou”, essa expressão ou sua equivalente aparece 51 vezes no Evangelho  de Mateus e 80 vezes em Marcos, sendo o tema central da pregação de Jesus que o anuncia e também o realiza. Para a maioria dos estudiosos do assunto, não há qualquer diferença entre “reino de Deus” e “reino dos céus” (Mt 4.17; Mc 1.14), no entanto, existem algumas  referencias bíblicas em que os termos não se equivalem (Mt 22.2-7 e Rm 14.17).
Reino dos céus aparece somente em Mateus, provavelmente essa expressão representa as palavras de Jesus, porque céu era, para os judeus, sinônimo de Deus, e eles preferiam essa palavra, assim, o autor evitou muitas menções ao nome de Deus para não torna-lo banal, em consideração ao profundo respeito que os judeus dedicavam ao nome divino. Usualmente Mateus refere-se ao esperado reino messiânico. Ao governo de Messias sobre o trono (Mt 3.2; Lc 1.32-33 cf Dn 7.27; Is 40.3). Como os outros escritores do Novo Testamento estavam em maiores relações com cristãos não judeus, usavam assim uma expressão mais acessível, “o reino de Deus”. Um estudo cuidadoso dos evangelhos nos mostra que essa duas expressões “reino de Deus” e “reino dos Céus” são intercambiáveis, elas são usadas indistintamente. Em passagens correlatas Mateus usa “Reino dos Céus” enquanto Marcos e Lucas usam “reino de Deus” (cf Mt. 4.17 com Mc. 1.15).
Segundo Youngblood (2004, p. 1219):

Alguns intérpretes da Bíblia consideram que a expressão “reino de Deus” é um termo mais abrangente, referindo-se tanto ao céu quanto a terra. Da mesma forma eles acreditam que “reino dos céus” é um termo mais restrito, que se refere ao governo de Deus sobre a terra, principalmente em relação a nação de Israel. Segundo essa visão, Jesus ofereceu o reino dos céus literal a Israel, mas os judeus não quiseram aceita-lo. Por isso ele foi adiado até a Segunda Vinda de Cristo.

O povo judeu esperava que o reino de Deus pusesse um fim imediato na era do mal. Mas ele chegou misteriosamente, sem fazer isso. A nova realidade do reino se sobrepôs à era atual, invadindo-a, em vez de acabar com ela. O reino que se inicia com o ministério de Jesus manifesta-se sob a forma de um mistério: embora ele esteja fisicamente presente através dos atos e obras de Jesus, ele ainda não domina completamente o mundo. O julgamento dos inimigos de Deus é adiado; o reino que chegou com Jesus não incluiu a vitória triunfal tão aguardada pelos judeus. Para Santos (2006. p. 435)

O Reino de Deus, o reino dos céus, como apresentado nas palavras de Jesus cristo, está inseparavelmente ligado à Sua obra redentora; este reino não é do mundo, na sua origem, ou na sua conservação. Não é também político, com limites geográficos ou de raças, é um domínio espiritual e moral, no qual Deus é supremo. E para todos (Mt. 8.11-12; 25.31-34). O que caracteriza o cidadão desse reino não é a sua raça, mas sua obediência (Mt. 7.21, cf. com 3.20). Está em contraste com possessões, e é colocado acima delas (Mt. 6.33). Desde o momento em que o reino já atua na vida dos súditos, pode-se dizer que está dentro deles (Lc. 17.21).

Jesus passou em todas as cidades e vilas da Galileia pregando, e certamente o assunto das suas pregações era uma verdade demasiadamente importante. Os Evangelhos fornecem a resposta sobre essa verdade: ele andava "... pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus..." (Lc 8:1); ou "...o evangelho do reino..." (Mt 4:23; 9:35). Mateus ao escrever sobre o reino de Deus não se preocupa em defini-lo, ele se refere apenas como "o reino", pois, o seu significado era facilmente compreendido por aqueles que conviviam com Jesus naquela época. O Reino de Deus é a demonstração do poder divino em ação; Deus inicia seu domínio espiritual na terra, no coração do seu povo e no meio destes (Jo14:23). Jesus mesmo afirmou: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada.
Até a vinda de Cristo a morte reinava, mas quando Jesus se manifestou em carne, todos nós recebemos da sua plenitude, e graça sobre graça (Jo 1.16). Ele veio para expulsar o príncipe deste mundo (Jo 12.31), e estabelecer o Seu Reino sobre este mundo, pois Ele disse: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt 4.17). Até a vinda de Jesus, só o Diabo tinha o império da morte, mas os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, podem agora reinar em vida por Jesus Cristo (Rm 5.17). Aqueles que nasceram de Deus, não pertencem mais a este mundo, e muito menos estão sujeitos ao pecado e ao Diabo. Sobre o último inimigo a ser destruído que é a morte, podemos andar em plena esperança, porque: "se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita" (Rm 8.11).
A busca de Deus pelo homem dá inicio a uma guerra espiritual contra o reino das trevas; o diabo fica totalmente armado (Jo 2:38,29; Mc 1:23,24) e o povo fica numa decisão de submeter-se ou não ao governo de Deus. (Jo 3:1,2; 4:17; Mc 1:14,15). A chegada do Reino de Deus é o começo da destruição de Satanás e do seu domínio (Jo 12:31;16:11; Mt 12:28; Jo 18:36) e do livramento da humanidade das forças demoníacas (Mc 1:34,39; 3:l4,l5; At 26:18) e do pecado (Rm 6).
Para Jorge (1999, p. 443):

O Reino é a realização do projeto de Deus que deseja liberdade e vida para todos, inclusive os oprimidos. O cristão, vivendo a história revelada por Jesus Cristo, deve orientar-se por valores que o levem á fidelidade aos ensinamentos do Mestre, respeitando os sinais do Reino de Deus, valores esses por cuja defesa ele pode até mesmo perder a vida, como sucedeu com o Messias.

Jesus entra no mundo com poder. “Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder” (Mc 9;1). “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (1Co 4.20). O reino, não se constitui em uma “religião humana”, em teorias ou conhecimentos, ele não está vinculado ao domínio social ou político das nações ou reinos deste mundo. Jesus mesmo declara: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu Reino não é daqui (Jo18: 36).
Jesus era a plena encarnação do reino. Seus ensinamentos éticos, por exemplo, não podem ser compreendidos se forem desvinculados do anúncio do reino. Eles traduzem a ética do reino; a perfeição para a qual apontam não faz sentido se o reino não estiver presente. A participação na nova realidade do reino envolve o seguidor de Jesus em um chamado à prática da santidade (Mt. 5.20). Os atos e feitos de Jesus também só fazem sentido dentro do contexto mais amplo da proclamação do reino. Quando João Batista perguntou se Jesus era “Aquele que estava por vir”, ou o Messias, Jesus respondeu enumerando algumas de suas curas milagrosas. Tudo o que Jesus fez está relacionado com Sua declaração de que o Reino de Deus havia descido até a humanidade, através do seu ministério.
Sobre isso Marshall (2007 p. 500) declara:

O reino de Deus é associado com o agente que o proclama, mas também por meio do qual o reino surge. O reino de Deus é proclamado por Jesus, mas, a proclamação em si, tanto em palavra quanto na ação que o acompanha, é a manifestação do reino, o meio pelo qual se realiza. Consequentemente, a questão da identidade de Jesus como agente de Deus é central.

Um fato interessante é que Jesus não define exatamente o que seja o Reino, ele faz comparações com algo palpável como o desenvolvimento do grão de mostarda ou como a ação do fermento na massa. Ele também usa parábolas de crise, que sacodem a consciência, como a figueira estéril e o rico insensato. Essas parábolas apresentam relatos polêmicos sobre “o reino de Deus”, cuja vinda não é tranquila.
Jesus resume seu ministério com a seguinte afirmação: Eu via satanás caindo do céu como um relâmpago (Lc. 10.18), isso significa que Satanás e o mal estão batendo em retirada agora que o reino de Deus fez sua entrada na historia humana. Esta é uma antecipação da era de perfeição que será inaugurada na volta de Cristo. Assim, a resposta à pergunta: O que é o Reino de Deus? Podemos encontrar nas palavras de Jorge, (1999 p. 443) que nos diz:

A resposta vive-se no momento atual histórico - kairós - na tensão entre o ‘já’ e ‘ainda não’, entre a decisão assumida no hoje e a abertura cheia de esperança para a Plenitude. Afinal nosso objetivo é pertencer a Deus, fazer parte do seu Reino de Amor; mas só nos plenificaremos no ‘final feliz’, após o termino de nossa caminhada. Este reino que virá em plenitude, já está presente como o fermento na massa.

Algumas vezes Jesus falou deste reino, referindo-se aos seus membros, por exemplo, na parábola do joio e na das redes (Mt. 13), e também ao lugar ou estado em que os seus membros serão encontrados na vida futura (Mt. 8.11 e 25.34), ou seja, as palavras dos apóstolos se harmonizam ao tratar acerca desses dois pensamentos: a vida presente do povo de Deus na terra e a sua glória futura. Desse modo o reino “não é comida nem bebida”, mas justiça e paz, e alegria do Espírito Santo (Rm 14.17), é um reino em que a “carne nem sangue” não podem herdar (1Co. 15.50), é uma herança vindoura (Gl. 5.21).
Jesus nos ensinou, no Pai Nosso, uma petição a Deus: "Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu" (Mt. 6:10). Com essa oração Jesus mostra a prioridade que ele deu ao Reino de Deus; assim, podemos inferir que o reino de Deus virá à Terra quando a vontade de Deus for respeitada aqui tal qual ela é respeitada no céu, isto é, quando o mundo visível refletir totalmente o mundo invisível?
Um reino é um lugar onde um rei governa, o Reino de Deus está onde quer que Deus reine sobre as vidas daqueles que lhe estão sujeitos, o Reino de Deus não é visível porque Deus não é visível, é um Reino espiritual, Jesus mesmoo disse: "O Reino de Deus está entre vós" (Lc. 17:21). O Reino de Deus é eterno, no presente momento, um mundo invisível está aqui, em nosso meio. Onde quer que haja aqueles que honrem a Jesus Cristo, o Rei, e onde quer que o Espírito do Rei esteja, lá está o Reino de Deus. 

O REINO DE DEUS E A IGREJA

Em Lucas 22:29-30, enquanto Jesus instituía a Ceia, ele disse aos apóstolos, “Assim como meu Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino”. De acordo com esse texto a mesa do Senhor está no reino, mas certamente também Ceia está na igreja de acordo co 1 Coríntios 11:17-34. Em Atos 20:28, Paulo disse aos presbíteros de Éfeso que a igreja foi comprada com o sangue de Cristo e Em Apocalipse 5:9-10, Cristo comprou o reino com seu sangue.
Em Mateus 16:17-19 Pedro faz a grande confissão que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo; depois Jesus prometeu dar a chaves do reino dos céus a Pedro. As chaves indicam a autoridade de abrir, assim, Pedro havia recebido a autoridade de abrir o reino dos céus. Quando Pedro disse às pessoas o que precisavam fazer para serem salvas, ele estava usando as chaves para abrir a porta para o reino dos céus. No entanto, Atos 2:47 diz que os salvos foram acrescentados à igreja. A partir desses fatos e de acordo com Mateus 16:18-19 podemos concluir que a igreja e o reino são dois aspectos da mesma instituição. Sobre essa questão Hiram Hutto declara:

E. C. Coffman chama nossa atenção aos seguintes assuntos, para mostrar que o reino e a igreja são a mesma entidade, apenas vista de maneiras um pouco diferentes: 1. Não há diferença entre o “governador” e autoridade – Cristo é a cabeça da igreja (Cl 1:18) e Cristo também é o rei do reino (At 17:7; Ap 1:5); 2. Não há diferença em como entrar: pessoas que nascem da água e do Espírito entram no reino (Jo 3:3-5). É assim que uma pessoa entra na igreja (1 Co12:13); 3.  Ambos se estabeleceram ao mesmo tempo: a igreja em Atos 2:16-17, 47; o reino em Atos 2:30-36 e 4. Foram estabelecidos no mesmo lugar: Jerusalém (Is 2:3) a igreja, que é a casa de Deus (1 Tm 3:15; At 2:5, 30-33).

O SÚDITO DO REINO DE DEUS.

Dois termos bíblicos importantes aparecem na pregação de João e também na dos outros apóstolos, e principalmente na pregação do próprio Jesus: arrependimento e conversão. A condição necessária e fundamental para entrar no Reino de Deus é: “Arrependei-vos e crede no Evangelho de Cristo” (Mc 1:15). Arrependimento e conversão aparecem separados como fases sequentes no apelo de Pedro: “Arrependei-vos, pois e convertei-vos” (At 3.9). O arrependimento precede a entrega, e esta marca o inicio da conversão.
Jesus falou do reino como algo em que se pode entrar, como se estivesse cruzando a fronteira de um país, sendo o passaporte o espírito semelhante ao de uma criancinha (Mc 10.15) e afirmou ainda que, mediante o novo nascimento se pode ver o reino de Deus (Jo 3.3). O crente busca diligentemente o Reino de Deus, em todas as suas manifestações, tendo fome e sede pela presença e pelo poder de Deus, tanto na sua vida como na sua comunidade (Mt. 5:10; Mt. 6:33). Segundo Marshall (2007, p.500), A proclamação do reino desafia os ouvintes a responderem positivamente a mensagem, e isso envolve o discipulado de Jesus e o compromisso total para com ele.
Marshall também declara que: “O reino de Deus impõe um modo de vida aos que nela entram” para ele “Mateus em especial sistematiza o ensino de Jesus sobre como as pessoas devem viver”. Em Mateus 11:12 Jesus revela fatos sobre a natureza dos membros do Reino de Deus, Ele disse que somente quem se esforça apodera-se do Reino de Deus, estes, movidos pelo próprio Deus, resolvem romper com as práticas do pecado, e seguem a Jesus Cristo, a Sua Palavra e seus justos caminhos, não importando o preço a pagar, esses decididamente buscam o Reino de Deus com todo o seu poder.
O sermão de Jesus registrado por Mateus, conhecido como Sermão do Monte, tem sido considerado por muitos estudiosos da Bíblia como a ética do Reino. Vale salientar que esse sermão não consiste em uma nova lista de mandamentos como o decálogo, mas sim de uma descrição clara e simples de como devem viver as pessoas que entram no reino de Deus, ou seja, Jesus apresentou as qualidades morais que deveriam acompanhar as pessoas que desejassem se tornar súditos e dignos de pertencer ao Seu reino. Essas bem-aventuranças seriam, então, as condições essenciais para quem quiser o direito de cidadania ao Seu Reino.
            No texto de Marcos 4.30-32 Jesus compara o reino de Deus a um grão de mostarda, nos fazendo lembrar que “quando se semeia, é a menor de todas as sementes que há na terra; mas, tendo sido semeado, cresce e faz-se a maior de todas as hortaliças e cria grandes ramos, de tal modo que as aves do céu podem aninhar-se à sua sombra”, assim, Jesus nos mostra que o reino dos céus alcançaria grande extensão mundial e para que isso aconteça depende da fé (Mt 17.20) de cada cristão para pregar a mensagem da cruz, crescer e se multiplicar proporcionando aos desalentados alimento e abrigo.
Ainda em Mateus 13:47-50 ele nos diz “Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes e, quando cheia, puxaram-na para a praia; e, sentando-se, puseram os bons em cestos; os ruins, porém, lançaram fora. Assim será no fim do mundo: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes”. Sua intenção com tais palavra é advertir que grandes e pequenos peixes podem vir numa pesca, mas Deus escolhe os melhores e, aquele que não serve para a alimentação é jogado fora, ou seja, haverá um julgamento e a consequente separação entre bons e maus, os maus irão para o sofrimento e os bons para o descanso eterno.
Jesus se utilizou de muitas parábolas, além das acima citadas, para ensinar sobre o reino de Deus; em todas elas Jesus está se dirigindo aos que sentem o desejo do conhecimento da Sua Palavra. Aqueles que estão dispostos a entregarem suas vidas para Ele no altar, e testemunhar o Evangelho -“o Seu reino na terra”, mostrar para o mundo e fazê-lo conhecido. Vivendo como príncipe, herdeiro das coisas celestiais.
Em outras palavras, pertencer ao Reino de Deus e desfrutar de todas as suas bênçãos requer esforço sincero e constante. Um combate de fé, aliado a uma forte vontade de resistir a Satanás, ao pecado e a sociedade perversa em que vivemos, ou seja, não conhecerão o Reino de Deus, aqueles que concordam com o mundo de pecado, que negligenciam a Palavra, e tem pouca fome espiritual. Devemos seguir o exemplo de seus servos: José (Gn 39:9), Natã (2 Sm 12:17), Elias (I Rs 18:21), Pedro, João (At 4:19:20), Paulo, Estevão, Éster, Maria, Ana, Lídia e tantos outros.

OS MISTÉRIOS DO REINO DE DEUS.

Jesus mesmo dizia: Eis que é chegado a vós o Reino de Deus. Os fariseus perguntaram para Jesus, quando havia de vir este dia. Ele respondeu: O Reino de Deus não vem com aparência exterior… (Lucas.17:20,21). O Reino de Deus é invisível aos olhos humanos, “é um Reino espiritual”. Somente verão aqueles que entregaram suas vidas para o Senhor Jesus, que entraram neste Reino para vencer o reino das trevas neste mundo, vencer o pecado, vencer Satanás. São mistérios da Palavra que estão encobertos para o homem natural, e que o Espírito Santo revela, para todos que crê, no Evangelho de Cristo Jesus, e O tem como Senhor de suas vidas. O mistério do Reino de Cristo, em nossa geração, é espiritual, pela fé no Senhor Jesus.
Os evangelhos nos mostram como Jesus foi, aos poucos mudando a ideia do reino, transferindo-a do seu aspecto material para o espiritual. O Novo testamento, nos mostra também como Jesus, pela sua vida, ensinos, morte e ressurreição, estabeleceu a base sobre a qual esse reino de Deus, no seu sentido espiritual poderia tornar-se conhecido aqui na terra. Não há duvida alguma de que o reino de Deus, no que diz respeito à terra, seja ainda futuro em sua realização plena. Porém no que diz respeito ao governo soberano do criador sobre todo o Universo, esse reino é eterno, pois abrange o eterno passado, o presente e o eterno futuro.
Chamando nossa atenção para esta verdade Jesus mesmo declarou: “Se alguém disser: Eis que Cristo está aqui, ou acolá, não acrediteis, não vai, porque o Reino de Cristo está dentro de vós (no coração, na mente). Sua vida está em mim… Ou em vós”.  A Palavra nos alerta que surgirão muitos falsos profetas, pastores, e cristãos no meio da Igreja. (Lc 18:9). O Reino de Deus é invisível, é espiritual e Celestial. Portanto, não esperais que todos vejam com olhos humanos O Reino de Deus. Somente verão, com os olhos da fé, aqueles a quem o Espírito Santo revelar, somente aqueles que tem o Espírito de Cristo, em seu caráter.

CONCLUSÃO

            Jesus veio ao mundo implantar o reino de Deus, como a verdadeira luz para iluminar o caminho da salvação. A vida espiritual está essencialmente ligada à luz e as trevas, ao bem ou ao mal, ao certo ou errado. A situação de cada pessoa está diretamente relacionada à posição que ela se encontrada em relação ao Senhor Jesus. Ou ela se encontra nas trevas, se estiver afastada de Deus; ou se encontra na luz, se estiver em comunhão com Deus.
João foi escolhido por Deus para preparar o caminho do Senhor (Is 40.3) e ele não só proclamou a chegada do libertador, exortando os homens ao arrependimento dos seus pecados, como condição para recebê-lo, mas também profetizou acerca de sua obra redentiva quando o apresentou como “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mudo”, assim, arrependimento é palavra chave no discurso de João como condição primária para entrar no reino dos céus. Cabe a nós, servos seus e súditos desse reino a responsabilidade de anunciar as boas novas de salvação a fim de trazer aqueles que farão parte desse reino juntamente conosco.
Diante de tudo que foi exposto entende-se, pois, que o “reino dos céus” foi inaugurado aqui na terra pelo Senhor Jesus. É o reino Messiânico. O reino é o grande objetivo das profecias e a esperança final de todos os redimidos pelo sangue de Jesus.

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