Estudo baseado no salmo 11
SALMO 11
Conclusão
SALMO 11
1 No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como
um pássaro?
2 Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda,
para atirarem, às ocultas, aos retos de coração.
3 Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?
4 O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos
céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
5 O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a
violência.
6 Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento
abrasador será a porção do seu copo.
7 Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão
o seu rosto.
Introdução
O que se pode fazer quando há um
sério colapso na lei e na ordem, quando não parece haver nenhuma possibilidade
de obter justiça? A quem se pode recorrer? O salmista Davi certa vez viu-se
confrontado com tal situação. Ele depositou plena confiança no Altíssimo,
dizendo: “No Senhor confio” (Sl. 11:1a) Mas, era
isso prático? A melhor decisão a tomar é fugir?Alguns achavam que não.
Algumas vezes enfrentamos
situações que achamos impossíveis de enfrentar. Fugir, abandonar o projeto,
procurar uma mudança de atmosfera são ideias que sobem a nossa mente. Fugir pode ser algumas vezes, a solução correta, mas não com tanta frequência assim. Muitas vezes: “você precisa não de uma mudança de ares, mas sim, de
uma mudança de coração”, conforme disse Sêneca .
O salmo 11 é um salmo de
confiança, muitos dos salmos são essencialmente isso, e a maioria deles termina
em um cântico de louvor, pelo livramento dado ou já a caminho e este salmo
segue este padrão familiar. Este é um salmo que advém diretamente de uma crise, foi escrito em um momento difícil na vida de Davi.
Começa com uma resposta corajosa a um conselho desmoralizador, e depois mostra
a verdadeira escala e padrão de eventos.
O tema da confiança em Deus, mesmo em
presença do perigo, é o mesmo que caracterizou o Salmo
7 e é um tópico frequente no Saltério (ver,
por exemplo, 23; 27; 34). Este salmo mostra a atitude de Davi quando alguns amigos o aconselharam a fugir da inveja de Saul mesmo antes
da terceira e mais séria tentativa contra a sua vida (ver I Sm 18.11; 19.10).
O corpo do Salmo, isto é, os versos 1b-6, expressa
dois pontos de vista diferentes; a conclusão do Salmista é dada no verso 7 e a
sua afirmação pessoal de fé é feita no início (1a).
Elucidação
O
pano de fundo que ilumina este Salmo é o de 1 Samuel 18.8-19.7. A vida de Davi
estava em perigo diariamente, o rei Saul estava com ciúmes de Davi, por causa
do resultado imediato da luta de Davi contra Golias que o levou a conquistar um
lugar elevado sobre as tropas do exercito de Saul. Os sucessos e a popularidade
de Davi lhe renderam o potencial de se tornar rival de Saul, os temores de Saul
estavam mal direcionados, mas não eram irracionais.
O
ciúme de Saul logo se manifestou concretamente, pois de varias maneiras tentou
provocar a morte da Davi. É interessante o motivo para o temor que Saul (v.12)
sentia de Davi. Saul via que o Senhor era com Davi; em outras palavras via que
ele era bem sucedido em tudo que fazia. Por isso Saul planeja para a morte de Davi.
Mas
uma vez que era verdade que o SENHOR era com Davi em tudo (v.28), os planos de
Saul estavam fadados ao fracasso. Do ponto de vista de Saul, a situação foi
ficando cada vez pior, seu jovem rival não apenas sobreviveu como também
cresceu a sua reputação. A esperança de que Davi morresse em combate tinha sido
frustrada de modo que ele convidou seus empregados para matar Davi. Nessa
situação Saul se mostra cada vez mais negativamente. Em contraste Davi não faz
nada para prejudicar ou trair Saul. Assim, podemos aprender com a titude de Davi que:
Proposição: A
Confiança em Deus é a única saída em tempos de tribulação.
Sentença de Transição: O
salmo 11 nos mostra três razões porque a confiança em Deus é a única saída em tempos de tribulação.
1. A primeira
razão é: A proteção do Senhor (v. 1-3)
1. No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge
para o monte, como um pássaro?
2. Pois
eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, às
ocultas, aos retos de coração. 3. Quando os fundamentos são destruídos,
que pode fazer o justo?
Muitos aconselharam Davi e seus
companheiros a fugir para os montes, refugiando-se talvez numa caverna e
depressa, assim como o pássaro quando está em perigo. Por
que é que certos homens deram tal conselho a Davi? Eles perceberam em dois motivos para tal conselho: 1° - “Pois, eis que os próprios iníquos estão
entesando o arco, preparam deveras a sua flecha sobre a corda do arco para
atirar nas trevas contra os que são retos no coração. E 2° - Quando os próprios
alicerces (regras básicas que organizam a
sociedade) estão derrubados, que tem de
fazer o justo?” (vv. 2 e 3).
Na realidade, os conselheiros de Davi podiam argumentar mais: ‘Os alicerces em que a sociedade repousa - justiça, lei e ordem - foram derrubados. Portanto, que escolha tem o justo senão fugir? Ele não pode alterar a situação; não pode obter tratamento justo. Não deixa de ser tentador diante do assassino ou caluniador (v.2) e da insegurança social e da anarquia seguir esse conselho. Davi devia poupar a sua vida, pois era a esperança para um povo desacreditado.
O verso 2 baseia-se numa tentativa real para matar Davi com um dardo de arremesso, mas a frase armam o arco é muitas vezes usada com referência a um ataque hostil por meio da ação ou da palavra (cf. Sl 7.12; Sl 37.14; Jr 9.3). No verso 3, o argumento é fortalecido por meio de um apelo a considerações gerais: "Onde quer que os fundamentos da sociedade se encontrem minados e destruídos pela ação de reis e conselheiros que ignoram a honra e a justiça, o que têm feito os homens bons e justos a fim de evitar tal colapso?"
O conselho para fugir tem fundamento (Mt.16.22; At. 21.12), por causa do perigo real (v.2); e porque a total instabilidade
torna impossível manter um curso seguro. Segundo eles, os iníquos tinham o arco
pronto para atirar contra os justos, fazendo-o “nas trevas”, sob a cobertura da
escuridão não estavam apenas segurando o arco, mas já tinham a flecha no arco,
apontada contra os retos no coração.
Davi, entretanto afirma que o caminho da confiança é contrario ao argumento da fuga. O salmista não quis ouvir o conselho, porque as circunstâncias da ocasião eram tais que essa fuga teria indicado falta de fé em Deus, como provisor de segurança, o argumento em defesa da confiança é sólido.
Ele disse aos seus conselheiros: No SENHOR confio (ou me refugio). Como vos atreveis a dizer à minha alma: ‘Foge como o pássaro para o vosso [no plural, referindo-se a Davi e seus companheiros] monte!’ (Sal. 11:1). As palavras No SENHOR são enfáticas. Como Ele é digno de confiança, a atitude mais lógica da vida é confiar, e confiar que a providencia vem do Senhor. Esta é a segunda razão pela qual a confiança em Deus é a única saída.
2. A segunda razão é: A Providência
do Senhor (v. 4-6)
4. O Senhor está no seu santo templo, o trono
do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os
filhos dos homens. 5. O Senhor prova o justo e o ímpio; a
sua alma odeia ao que ama a violência. 6. Sobre
os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a
porção do seu copo.
É importante lembar que confiança não garante uma vida de
tranquilidade e bem estar. Ao contrario, ela traz provações para o justo, o que está correto
diante de Deus (5a), mas o que ama a violência encontra oposição (5b, 6). Mas, Davi
tinha certeza de que não seria em vão recorrer a Deus como seu refúgio. Ele se dava conta de que
o Altíssimo, Aquele que tem seu trono nos mais altos céus, está observando.
Os olhos de Deus penetram no âmago
das coisas. Visto que os olhos de Deus estão sobre os justos, ele sabe do que estes precisam, e, portanto, pode socorrê-los. Por outro lado, o Altíssimo odeia
homens de violência, e, assim, serem examinados por ele torna certa a
calamidade deles. Forçosamente virá o
tempo em que os iníquos serão obrigados a tomar a poção mortífera dos
julgamentos de Deus, comparável a armadilhas, fogo e enxofre (Gn 19.24) que faz murchar a vegetação. Não haverá escape da execução dos julgamentos de
Deus.
Acima e contra o perigo dos acontecimentos
correntes e a aparente ineficácia da inocência (2c) e da justiça (3b)
encontra-se a suprema e vigilante santidade de
Deus. Sua soberania pode parecer demorada para agir, mas é eficaz e segura.
Aquele cuja habitação é o Céu, e cuja autoridade
está entronizada sobre todos, está, sem cessar, a escrutinar o comportamento
de todos os homens (cf. Sl 33.13-18; Sl 94.9) como lemos no Salmo 139 e a submeter os piedosos a várias provas
experimentais (Tg 1.12). Ele não reage de modo incerto ao que vê: sobre os piedosos Ele estende a Sua presença protetora;
sobre os ímpios, cujos atos Lhe são repugnantes, Ele envia os desastres de
calamidades naturais (cf. Gn 19.24; Sl 18.7-14).
Assim, como o próprio Deus é justo e ama atos justos, os retos obterão uma grandiosa salvação, obterão assim o favor do Senhor
Assim, como o próprio Deus é justo e ama atos justos, os retos obterão uma grandiosa salvação, obterão assim o favor do Senhor
3. A terceira razão é: O favor do
Senhor (v. 7)
7. Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois,
verão o seu rosto.
A fé tem três facetas: a fé que
foge em busca de segurança (v. 1); a fé que aceita as provações da vida como
propósito de Senhor (v. 5a) e a fé que espera um resultado abençoado. Para os
justos as provas de Deus são o caminho que os conduz até sua presença imediata
(v. 7).
Verão o seu rosto (7b) significa ver o Senhor “levantar
a face”, isto é, aceitar alguém com favor em sua presença. Será como se a face
de Deus estivesse virada para eles, numa expressão de amor e aprovação. Verão
assim a face de Deus como aqueles que usufruem sua bênção e seu favor.
Conclusão
O salmo termina como começou, com o Senhor, cuja justiça é a resposta aos medos (v. 3a) e frustrações (v. 3b). Se a primeira linha do salmo mostrou onde há segurança do que crê, a última mostra onde deve estar seu coração. Deus pode ser procurado como refúgio com interesses egoístas, mas contemplar a face só será possível para quem o ama.
Podemos perante estes dois aspectos diferentes da vida, fugir ou confiar, o salmista não hesita em adotar o último e em se entregar Àquele Senhor que está sempre vigilante e que ama os que buscam a justiça. Num contraste absoluto com os dias alvoroçados de luta e de incerteza de vida no meio de uma corte enganosa, o coração que firme e perseverantemente confia no Senhor, depois de ser provado (5) terá paz na Sua presença. (Cf. Ap 22.4).
Podemos perante estes dois aspectos diferentes da vida, fugir ou confiar, o salmista não hesita em adotar o último e em se entregar Àquele Senhor que está sempre vigilante e que ama os que buscam a justiça. Num contraste absoluto com os dias alvoroçados de luta e de incerteza de vida no meio de uma corte enganosa, o coração que firme e perseverantemente confia no Senhor, depois de ser provado (5) terá paz na Sua presença. (Cf. Ap 22.4).
Mesmo encarando as armadilhas dos
ímpios, Davi confia no SENHOR, ele se recusa a fugir para os montes como um
pássaro, preferindo achar refugio em Deus. Esta confiança é posta no Deus
santo, onisciente e justo. Ele ve tudo (4), julga todos (5), rejeita e castiga
os ímpios (5-6) e acolhe os retos (7).
Aplicação
As palavras do salmista podem ser
fonte de verdadeiro consolo para nós, em tempos de dificuldade. Naturalmente,
há ocasiões em que é sábio que fujamos do perigo, assim como fez Davi, quando
deixou Jerusalém por causa da revolta de Absalão. (2 Sam. 15:14). Até mesmo
Jesus Cristo mandou aos seus seguidores: “Quando vos perseguirem numa cidade,
fugi para outra.” (Mat. 10:23).
As forças do mal prevalecem com
muita frequência. São homens armados de pistola e, esses usualmente prevalecem;
mas também existe o fator Divino que não devemos jamais negligenciar. Que
podemos fazer exceto o que nós mesmos fazemos à base da misericórdia de Deus.
Quais homens não invocam a Deus, quando se acham em uma situação desesperadora.
As expressões do salmista animam-nos a evitar agir de modo precipitado, o que mostraria
falta de fé em Deus. Continuarmos a recorrer ao Altíssimo como nosso refúgio nos assegurará a sua
aprovação. Ele não nos falhará com a sua ajuda (Rm. 8:38, 39).
Umbelina Rodrigues de Sousa
Parabéns pelo blog, irmã Umbelina. Mensagem edificante. Que a potente mão do Senhor esteja sempre contigo !!!
ResponderExcluirAmém meu irmão. Muito obrigada pela visita.
ResponderExcluirÉ verdade, todos têm fardos para carregar, mas eles não devem comprometer a nossa dignidade.
ResponderExcluirGrande abraço,
Regina Helena
http://destilardosfavos.blogspot.com.br/2011/07/dignidade-nas-aflicoes.html