TEXTO:
João 3.14-18
14. E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o
Filho do homem seja levantado; 15. para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna.
16. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17. Porque Deus enviou o seu Filho ao
mundo, não para
que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
18. Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê,
já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de
Deus.
INTRODUÇÃO
No evangelho de João encontramos o texto
considerado por muitos como o texto áureo da Bíblia. João 3:16 é uma espécie de
resumo daquilo que Deus planejou para nós na pessoa de Jesus; alguém o
descreveu como “o evangelho numa casca de
noz”, ou seja, o evangelho contido em poucas palavras.
Max Lucado fez a seguinte declaração sobre este
versículo: João 3.16 é simples o bastante
para não discutirmos, é grande o bastante para não entendermos, mas é profundo
o bastante para nos explicar o maior e mais sublime plano de Deus para as
nossas vidas.
QUAL
A MEDIDA DO AMOR DE DEUS? (v. 16)
Muitos
enfatizam o “de
tal maneira” (no grego: assim, deste modo,
a tal ponto, desta maneira), explicando que o amor de Deus é tão
grande que muitas vezes não podemos mensurá-lo, o que não deixa de ser verdade,
mas os versículos 14 e 15 apresentam um paralelismo com o versículo 16, ou
seja, a ideia trabalhada no versículo 16 é a mesma trabalhada nos versículos 14
e 15, assim, podemos concluir que a medida do amor de Deus é a sua permissão ao sofrimento de Jesus Cristo, levando-o a ser levantado
na cruz do calvário: assim importa que o Filho do homem seja levantado (v.14);
Vejamos
o que diz Isaías
53.10: Todavia,
ao Senhor
agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como
oferta pelo pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias, e a
vontade do Senhor prosperará nas suas mãos.
Vejamos ainda 1 João 4:10-11: 10. Nisto consiste o amor: não em que
nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho como propiciação (sacrifício) pelos
nossos pecados. 11. Amados se
Deus de tal
maneira (assim, desta maneira) nos amou, devemos nós também amar uns
aos outros.
Não
é maravilhoso saber que Deus permitiu, e ainda lhe foi agradável, permitir o
sofrimento do seu Filho, para garantir o perdão dos nossos pecados e a vida
eterna.
A
SERPENTE É UM O TIPO DE CRISTO (v.14-15).
A
serpente de bronze sendo levantada em um poste no meio do acampamento de Israel
é um tipo do Cristo, uma figura do Filho de Deus, que seria levantado na cruz. “Ser levantado” (hypsoo) denota tanto ser levantado no espaço, como ser exaltado na
gloria. Em João, o filho de Deus é glorificado sendo crucificado (8.28;12.23,32),
a cruz onde ele foi erguido transformou-se na escada pela qual
subiu a presença de Deus (João 1.51).
Não havia poder terapêutico na
serpente de bronze no deserto, tanto é, que quando os israelitas começaram a
adorá-la o rei Ezequias a quebrou em pedaços (2 Reis 18.4). Foi a graça salvadora de
Deus que curou os israelitas mordidos ao crerem e obedecerem à sua ordem. A máxima está na atitude de ouvir a
ordem, crer e
obedecer.
No filho de Deus que foi erguido, porém, há um poder terapêutico
infinito, muito maior do que qualquer coisa experimentada pelos
israelitas no deserto. Estes foram curados de uma doença física recebendo mais dias
de vida sobre a terra. O Filho de Deus, porém, cura as enfermidades espirituais e garante vida eterna àqueles que olham para ele com fé. Os
que põem a sua fé no Filho de Deus, Jesus, são resgatados da destruição e abençoados com a vida verdadeira, vida com abundancia (João10.10).
No
Novo Testamento aparecem duas palavras no original grego para
a palavra vida: zoê que
significa vida eterna, vida da ressurreição; união com alguém que já
ressuscitou; vida espiritual de libertação das penalidades próprias do pecado;
é a própria vida
de Deus que está no verbo eterno (a vida estava nele) e por ele é
transmitida a todos os crentes e bios
a qual significa vida, subsistência, manutenção, mercadoria, substância, víveres,
sustento para
viver bem (Marcos 12.44; 1 Pedro
4.2). No texto objeto desse estudo encontramos
a palavra zoê.
O verbo deu está na 3ª pessoa singular do tempo verbal
aoristo (exclusivo
no grego), que é um indicativo ativo, e nos mostra que Deus deu seu Filho para
nos dar vida e continua
nos dando. Esse tempo verbal indica um ato continuo, no caso aqui em
João 3.15-16 é um
ato continuo de doação.
O
FILHO DE DEUS/FILHO DO HOMEM É JESUS
João Batista testificou que o Filho de Deus é Jesus (João 1.32,34), aquele que andou entre as pessoas, de
quem os fariseus disseram: “Donde lhe vem
esta sabedoria, e estes poderes milagrosos? Não é este o filho do carpinteiro?
e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, José, Simão, e Judas? E não
estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?” (Mateus
13.54-56).
Assim, Jesus sendo o Filho de Deus e tendo sido levantado na cruz
do calvário se tornou o nosso Salvador (João 4.42). Ele é o caminho,
a verdade e a vida (João 14.6), o Senhor e Cristo (Atos 2.36); Maravilhoso
conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e príncipe da Paz (Isaías 9.6).
João apresenta Jesus como o Verbo (Logos),
por causa da atitude de alguns filósofos da época os quais entendiam que o
logos estava no princípio, para eles o logos era uma força ativa. João mostra
que a divindade em quem os filósofos criam é um Deus pessoal e relacional: as
expressões de João 1.1: “estava com
Deus”, dá a ideia de unidade, estar junto, a mesma força e autoridade e “era Deus” mostra que Jesus é preexistente,
ele é Deus, a fonte e a razão de tudo existir.
Através do grande amor de
Deus revelado a nós seu Filho se tornou o nosso mediador eficaz. Assim o amor
de Deus: não faz acepção de pessoas (Mateus 5.43-45); não procura circunstância
(Lucas 23.42,43); é sem medida (Lucas 23.34); nos elegeu (1 João 3.1); nos
trouxe a fé (1 João 4.19); dá a vida eterna (João 3.16).
O evangelho da salvação e da vida tem sua origem no amor de Deus.
JESUS
VEIO PARA SALVAR E NÃO PARA JULGAR (v 17-18).
A pessoa que despreza Cristo julga a si mesmo e não a Cristo, ela
não precisa esperar até o dia do julgamento, o veredito sobre ele já foi
pronunciado. Sem duvida haverá um dia de julgamento final (João
5.26-29), mas que servirá somente para confirmar o julgamento decidido (já está condenado).
O verso 18 deixa claro que Jesus, como Filho
de Deus, é o marco definitivo que divide o mundo em os crentes e os incrédulos.
Obs. Estudo originado a partir de uma atividade realizada na aula de Grego, com a professora Rosa.
Umbelina Rodrigues de Sousa
- Estudante de Teologia -
"Louvarei ao Senhor porquanto me tem feito muito bem" (Salmo 13.6)