Em meio a uma cultura de
relativização, onde tudo é relativo, e cada um defende sua “verdade”, fazer
apologética é essencial na vida de todos os cristãos verdadeiros, pois somos
desafiados a provar a nossa fé constantemente. Devemos responder com sabedoria
e com mansidão, mas com firmeza também sobre a razão da esperança que há em nós
(I Pe 3:15) aos que nos inquirem. Essa firmeza refere-se à
credibilidade do argumento utilizado. Se não demonstrarmos firmeza e
consistência em nossas argumentações, nossos oponentes não se darão conta de quão
absurdas são as ideias que defendem.
É urgente a necessidade de nos
levantarmos e lutarmos no combate aos os desvios doutrinários que vem ocorrendo
em muitas comunidades que se dizem servas do Deus altíssimo, mas, no entanto
desautorizam a Palavra Revelada, propagando um “Evangelho ao gosto do freguês”
como bem trabalhou o Pr. Renato Vargens
em seu livro com esse título.
Nesse crítico
contexto faz-se necessário:
1.
Defender a fé através da pregação
A pregação deve ser
fundamentada na Bíblia que é a Palavra de Deus viva e eficaz (Hb. 4.12), e deve
denunciar o pecado e anunciar a salvação somente em Jesus Cristo. A ausência
disto tem gerado muitas heresias dentro das igrejas, a exemplo da maléfica
teologia da prosperidade. Martin Lutero nos adverte quando diz: “Qualquer
ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que
faça chover milagres todos os dias”. Sejamos como os crentes de Beréia (Atos
14.10-11) que examinavam as Escrituras quando Paulo e Silas pregavam.
A Igreja precisa de
uma nova reforma. Precisa voltar às Escrituras. Antes de mostrar ao mundo o
caminho a seguir, a Igreja precisa reencontrar o seu. Precisamos de pregadores,
comprometidos com Deus e com sua Palavra, que clamem como o profeta Habacuque “Aviva
Senhor a tua obra”. Precisamos e devemos
rejeitar o modernismo teológico, que deturpa a Palavra de Deus colocando-a a
serviço de interesses próprios.
2. Defender a fé através da
música
O que dizer das
músicas cantadas nas igrejas atualmente. Raramente ouvimos músicas que revelem a grandeza
de Deus e sua essência, que mostrem a condição pecaminosa do homem e da sua
necessidade de arrependimento, que falem do sacrifício de Jesus na cruz e do
grande amor de Deus a humanidade, que mostrem que somente através desse
sacrifício o homem pode ser perdoado e alcançar a vida eterna; dificilmente
ouvimos musicas que mostre a necessidade de viver uma vida santa e de
obediência aos princípios de Deus.
Vivemos cercados por uma grande
variedade de músicas e muitas vezes nem sequer paramos para analisar se todas
elas servem ao objetivo maior, o de unicamente glorificar a Deus. Para que a
música na igreja cumpra o seu papel principal, ela precisa antes de tudo, ser
dada pelo próprio Deus (Tg 1:17). Isso nos dará condição de perceber o grande
contraste que há entre a música dada por Deus, para glória do seu nome, e a que
só engrandece o homem, falando apenas das vitórias que se pode alcançar.
Sejamos mais críticos e seletos naquilo que estamos ouvindo e glorifiquemos a
Deus através da música.
3. Defender a fé através da oração
A oração é fruto do
reconhecimento das nossas limitações e da necessidade que temos de Deus; porém,
não é assim que alguns a têm considerado, temos visto pessoas, formadores de
opinião até, que quando ora, reivindica, exige que Deus realize os seus desejos
e até ousam discordar de Deus dizendo que não aceitam o que lhes está
acontecendo; ouvimos constantemente: Eu não aceito
a derrota! Eu sou filho do rei, não mereço isso! Eu determino, eu decreto
A Bíblia nos ensina o
oposto dessa atitude, o próprio Jesus, antes de ser entregue, estava muito angustiado,
pois sabia do sofrimento que enfrentaria, Ele, porém, orou assim: Pai,
se possível, passa de mim esse cálice, todavia, não se faça a minha vontade,
mas a tua (Lc 22.40-42). Jesus, que é o Filho de Deus, em
sua grande angústia, pediu com humildade, colocando em primeiro lugar a
vontade do Pai. Nós, como criaturas (Is. 29.16), que só estamos
aqui pela misericórdia de Deus, precisamos aprender a orar como Jesus, para entender
qual é a vontade de Deus Pai para nossas vidas e para que a nossa fé não seja
vã, pois “Ai daquele que contende com o seu Criador!” (Is. 45.9).
Nossa oração deve exaltar a Deus.
Jesus nos diz: Pelas suas palavras serás justificado, pelas suas palavras serás
condenado (Mt. 12.37), Ele nos ensina a
exercitar a fé com humildade; que devemos pedir, crendo, que pela fé, o Pai nos
ouvirá. Aqueles que passam a determinar,
ordenar ou exigem de Deus alguma
coisa, abandonaram a fé e, “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6).
4. Defender a fé através da vida prática.
De nada adianta pregarmos a Bíblia,
ouvirmos músicas sadias e orarmos exaltando a Deus se nosso testemunho, nossa
vida prática não condiz com o que pregamos. Precisamos viver uma vida santa na presença de Deus, evitando
os escândalos, que infelizmente tem sido tão frequente em nossos dias, para que
a sociedade perceba a mudança que Deus fez em nossa vida. Nossa pregação deve ser, antes de tudo,
através da nossa vida, da nossa conduta diante da sociedade para que ao olharem
para nós sinta o desejo de conhecer o Deus a quem servimos.
Sobre
isso São Francisco de Assis disse: “Pregue sempre o Evangelho, se necessário
use palavras”, ou seja, vivamos o evangelho, sejamos o evangelho, e se mesmo
assim os que nos rodeiam não sentirem o evangelho em nós, então que usemos
palavras. Viver o evangelho é renunciar, passar por momentos bons e ruins,
provações das mais diversas, se sacrificar, e mesmo assim ser extremamente
feliz com o que vive (Pv. 30.1-7), pois é real a certeza de que tudo acontece
para glória de Deus e para nosso crescimento, a exemplo do que disse o apóstolo
Paulo: “porque já aprendi a contentar-me com as circunstâncias em que me encontro”
(Fp 4. 11-13).
Que Deus no dê graça na defesa da nossa
fé e que sejamos o exemplo de cristãos verdadeiros e assim, nossa fé seja
refletida através de nossas atitudes perante a sociedade, levando-a reconhecer
a Deus como ele o é.
Umbelina Rodrigues de Sousa
Obs. Material produzido para ser publicado no boletim da igreja.